28 maio 2006

fôia

a Folha de São Paulo está com novo planejamento gráfico. percebe-se uma mudança importante no movimento do olhar. não pude avaliar porque ainda não vi em papel, apenas online. minha primeira leitura da capa de hoje foi confusa. o quadro verde em duas colunas quebrou a harmonia da colunagem do resto, e eu precisei de alguns segundos para compreender que texto pertencia a que título.

muita gente vai torcer o nariz, dizendo que está colorida demais, recortada demais, “visual” demais. talvez esteja, é esperar para ver. no entanto, vale lembrar que todas as pesquisas mostram que a leitura de jornais decresce, enquanto sobem os índices de pessoas que se informam pela internet. se os jornais não falarem a linguagem das novas gerações, em algumas décadas deixarão de existir — e linguagem, apesar dos conservadores da retórica, também é imagem, cor, traço e movimento.

é interessante que o maior jornal de referência do país faça este movimento, preocupado em criar o hábito de leitura junto a jovens que se movem com tanta facilidade no mundo de cores e quadros da internet. leitor a gente forma desde pequenininho. desde pintinho.

3 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

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eu discordo um pouco do nei.
como diz o mafesolli, "a forma é formante".
ou recorrendo ao oscar wilde: "só os fúteis não se deixam levar pela aparência".
uma boa diagramação, um belo uso de cores e proporções, um bom papel convidam à leitura, prendem, ajudam a entrar mais fácil na leitura.
se podemos optar entre o feio e o belo, fico com o segundo.
sem abir mão do bom jornalismo, é claro.


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Anônimo disse...

A Folha Universal também mudou o projeto gráfico, já viu? Aliás, mudou o tamanho e o número de páginas também. Ficou melhor e menor. E, às vezes, bem engraçada.

Graziana Fraga dos Santos disse...

Não vi a FSP imprensa ainda, leio on line...
Concordo que linguagem também é imagem, cor...
Os jornais europeus já se movimentaram, preocuparam-se em criar encartes especiais direcionados aos jovens.
Poucos jornais brasileiros criam "o novo" acabam adaptando linguagem...

A propósito, já viu a propaganda do Estadão...seja ÃO leia Estadão...