vitrais da gótica Sainte Chapelle
uma nova disciplina na graduação me traz de volta a um universo que sempre admirei: o da arquitetura. minha curiosidade sobre formas, volumes, texturas e materiais foi saciada durante alguns anos, com humor e paciência, por um apaixonante arquiteto. findo o amor, restou em mim o olhar impressionado. olhar leigo e derrapante, mas admirado.
quando viajo, troco qualquer contemplação da natureza por uma caminhada entre prédios e pessoas. sou urbana, fascinada pelos prédios que se ergueram ao longo dos séculos para abrigar gente de verdade, gente suando, sofrendo, brigando, comendo, rindo. lugares. o que é o mundo, senão uma soma infinita de lugares por onde nos movemos, com nossas aflições?
ao ver as imagens de catedrais góticas por onde a luz, colorida, entra e inunda a alma de quem se permite ser inundado, me sinto conectada a algo essencialmente humano: a imaginação. alguém que imagina. cria. planeja. alguém que calcula, mede, traceja. e então outros executam, dão forma, e mesmo que a obra tenha um autor — no mundo contemporâneo, um arquiteto — temos a expressão, concretizada no espaço, de uma idéia criadora.
tudo isso está lá. no vidro e no alumínio, nos arcos e nas colunas, nas escadarias, nos ladrilhos e nos rendilhados. o sol e a lua vêm e voltam todos os dias, e as estrelas pontuam sua beleza sobre o mar e as montanhas que o homem não inventou. mas os prédios, ruas, calçadas e cemitérios por onde o homem se move como formiga, estes são fruto, lembrando Bachelard, de nossa imaginação poética.
quando viajo, troco qualquer contemplação da natureza por uma caminhada entre prédios e pessoas. sou urbana, fascinada pelos prédios que se ergueram ao longo dos séculos para abrigar gente de verdade, gente suando, sofrendo, brigando, comendo, rindo. lugares. o que é o mundo, senão uma soma infinita de lugares por onde nos movemos, com nossas aflições?
ao ver as imagens de catedrais góticas por onde a luz, colorida, entra e inunda a alma de quem se permite ser inundado, me sinto conectada a algo essencialmente humano: a imaginação. alguém que imagina. cria. planeja. alguém que calcula, mede, traceja. e então outros executam, dão forma, e mesmo que a obra tenha um autor — no mundo contemporâneo, um arquiteto — temos a expressão, concretizada no espaço, de uma idéia criadora.
tudo isso está lá. no vidro e no alumínio, nos arcos e nas colunas, nas escadarias, nos ladrilhos e nos rendilhados. o sol e a lua vêm e voltam todos os dias, e as estrelas pontuam sua beleza sobre o mar e as montanhas que o homem não inventou. mas os prédios, ruas, calçadas e cemitérios por onde o homem se move como formiga, estes são fruto, lembrando Bachelard, de nossa imaginação poética.
10 comentários:
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ruas velhas, gente experiente, comida diferente, hábitos fascinantes, roupa colorida, janelas abertas, sorrisos amigáveis, cultura única, momentos inesquecíveis.
viajar é maravilhoso, preparar a viagem é ótimo, mas estar aberto ao novo e inesperado é que faz qualquer viagem valer a pena.
nem que seja pra caminhar numa rua - da nossa cidade - em que a gente nunca passou.
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guria, nesse ponto somos bem parecidas, tb troco totalmente a contemplação da natureza pelos prédios e ruas. bjao
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Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes
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Lindo jeito de descrever a arquitetura!
E acho que tens razão: há muito o que se admirar e observar nas cidades, mas raramente nos permitimos...
Já quando estamos na praia ou no campo, isto acontece com naturalidade!
Precisamos aprender a "olhar" com olhos de turista, de quem está de passagem, até porque esta é uma verdade! E só levamos das nossas viagens estas sensações, impressões, cheiros...
Se tiver poesia, é perfeito!
Eu gosto de apreciar a arquitetura, mas tô longe de ser uma profunda admiradora como tu. Normalmente eu páro pra admirar um prédio conhecido, mas, a partir de hoje, vou ficar mais atenta para as formas urbanas. A maneira como descreveste a capela gótica me fez sentir dentro dela admirando os reflexos do sol e do luar.Boa sensação.
Xon, há tantas ruas, subindo, descendo, indo. e voltamos sempre diferentes.
Adriana, temos mais em comum. eu também ouvia Cocteau Twins. :P
Grazi, o que nos espera ao dobrar em cada esquina?
Ana, sempre reaprendemos a olhar a cidade em outra cidade que não a nossa. Pelotas é uma que me encanta.
Cida, não é maravilhoso perceber que alguém pensou a luz e a cor, para além das pedras e tijolos?
todo o dia pela manhã leio teu blog, adoro ler tudo q tu escreve, pena q não cai no vestibular! bjs
Eu também adoro a paisagem urbana... e qnto mais vazia melhor! adoro ver cidade a noite, qndo não há ninguem nas ruas. A percepção do espaço é muito diferente, se consegue ver melhor a cidade.
Sempre é bom lembrar que nossa cidade faz parte da nossa identidade... e da nossa personalidade.
Josi, é teu castigo matinal? :P
Zequinha, eu adoro a cidade à noite. qualquer cidade. todas as sensações se intensificam.
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