25 novembro 2006

a latinha

o sempre curioso Leonardo clama por um mico publicável. conto um que acho emblemático de minha total falta de jeito.

eu estava realmente a fim daquele cara. ele era inteligente, engraçado e conversávamos durante horas. já tínhamos comido juntos um maravilhoso sanduíche de siri e descoberto afinidades em trilhas de filmes, livros e projetos de viagens.

um dia ele foi jantar lá em casa. e então lá estava ele. disponível, carinhoso e cheiroso. e sedento. sempre gentil, pois minha mãe me ensinou a ser uma boa garota, fui abrir uma latinha de cerveja para a presa. a desgraçada jorrou na cara dele. lavou os óculos, o rosto todo e a camisa branca. como num filme de horror, ele pingava cerveja, praticamente cego. eu não sabia onde me enfiar nem o que fazer. lambia? enxugava com um pano de prato? empapava o azarado de toalhas de papel? usava aquela passagem para a Namíbia?

nada disso. apenas sentei e morri rindo. pensei “pronto, agora danou-se”. além de criminosamente desajeitada, eu ainda era uma mal-educada insensível e egoísta.

ficamos juntos 11 anos. o amor é lindo, dizem.

14 comentários:

Anônimo disse...

hahahahhahaahaha!!!! Tá bom, Pinta... agora que já passou você pode confessar... Você fez de propósito e mirou direitinho, usando um velho truque masculino para despir a vítima... hehehe...

Beijo,

Mariana Mesquita disse...

Grande técnica!
;.)
Beijão

Anônimo disse...

Protesto! Pra mim isso não foi um mico, mas um cisne

Graziana Fraga dos Santos disse...

adorei!
terei de pensar num mico também,m ainda não me ocorreu nenhum publicável :)

Zeca La-Rocca disse...

Márcia!
hehehe
concordo com a Suely, é um cisne e nao um mico.
q pretexto perfeito p fazer o cara tirar a camisa!
Garanto q ficou super natural,q ele nem desconfiou q foi armação!
hehehe
bjosssssss

Telejornalismo Fabico disse...

*


cada desculpa que se dá definir desejo.



*

Marcia disse...

Little lion, Mariana e Zeca, seus patifes. não foi técnica, nem foi consciente. e só fui despir a vítima meses depois, em plena guerrinha de almofadas. eu e minhas histórias nada românticas. :P

Grazi, pode ser um impublicável mesmo. a gente não se importa. piu piu.

Suely, foi um micaço. achei que nunca mais ia ver o dito cujo.

Xon, desejo é desejo, e sabe-se lá onde é que pega. mas desejo que a gente se dispõe a concretizar se ancora em coisas bem concretas, pequenas afinidades e grandes curiosidades.

Rosamaria disse...

o que uma latinha de cerveja pode fazer...ou o que pode-se fazer com uma latinha de cerveja...

Aleksandra Pereira disse...

É, Márcia, tem horas que não temos outra alternativa, além de sentar e rir de um grande mico!

Beijo

Anônimo disse...

O amor têm dessas coisas. Com certeza o moço estava tão nervoso quanto você... Vejo que vc viu Volver também. Não consegui ir assistir, mas como disse para o Sean, que tbém viu, eu gosto do Almodóvar.... Abs

Anônimo disse...

Pinta, pinta...

Anônimo disse...

Neném, em meu nome e, se me permitem, em nome da Mariana e do Zeca, imagine minha cara de hipócrita condescendente dizendo: annnhammmm....

hahahahhahahhaah!

Beijo,

PS E quem são seus convidados, neguinha????

Ana disse...

Ainda bem que tu não viajou pra Naníbia!
:)

Anônimo disse...

Se vc vender este roteiro para "roliude" garanto que fica rica. ;-)