tem um dia, assim, em que as coisas dão errado? em que você se sente um sapo estranho, a coachar no vazio? é, tem. um dia em que você ouve um “não”. um dia em que seus sonhos imediatos não se concretizam. um dia em que você sente falta de alguém para compartilhar seu silêncio.
às vezes a vida é esta coisinha mais ou menos, que nos deixa perplexos diante de sua falta de critérios. por que algo dá errado? por que um projeto naufraga? por que aquela pessoa não está? não sei. ah, se pudéssemos saber.
o que eu sei é que um dia nasce depois que uma noite morre. os monstros noturnos não parecem tão assustadores durante o dia, e a sombra que mora em cada um de nós mostra seu avesso, cheio de inspiração. o que eu sei é que a vida tem seus caminhos tortuosos para ensinar do que precisamos, o que interessa e quem interessa nesta curta vida.
os sucessos e os fracassos são provisórios. acima de tudo, eles são um gesto de interpretação. o que você vê como um fracasso, eu posso compreender como lição. o que você entende como sucesso, eu posso perceber como ilusão.
a cada sapo, a cada dia, sua lagoa. por vezes iluminada, por vezes chuvarenta. a lagoa que nos rouba pessoas importantes e projetos é a mesma lagoa que nos inspira outros trajetos. e assim vamos, coachando devagar. coachando no silêncio, mas nunca no vazio.
(postinho dedicado a um sapo que coacha belamente.)
13 comentários:
pr'aquela que pinta [resposta do banhado]
se a lagoa secou
meu coaxo fez
ela encher outra vez
pinta, que bom que tenho a oportunidade de ler o que escreves, pelo menos aqui!
a gente sempre tira uma lição.
somos todos sapinhos na lagoa, compreendendo as lições e percebendo as ilusões...
piu, piu.
"sapo que coacha belamente"
Espera só começar a ouvir o ronco.
belo texto, como sempre...
nossas lagoas sempre passam por dias iluminados e chuvarentos e com isso aprendemos, seguimos reorganizando a vida frente aos fracassos e sucessos...
Fracassos também são bons para a gente renovar a personalidade. Quando tudo fica muito fácil, acho que é mais fácil perder o rumo.... Abraços
*
Os sapos
Manuel Bandeira
[...]
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
*
foi eu começar a me acostumar que ela é uma pinta e gosta de coisas de pinta, pintou um sapo.
Como diz Vander Lee: "Há meses que fazem chuva, semanas que fazem sol
E dias em que tanto faz"... Pois é, a vida é assim!
beijoca
...
Meu, vai desculpar, mas esse blog tá uma bicharada só! É pinta! É formiga! É larvinha! É sapo! Eu, hein?!
Não sei vc....mas eu cansei dos sapos.;0)
Cansei de "aprender' tb....quando algum amigo - sempre muito bem intencionado - me diz que estou "aprendendo" a cada tombo, eu tenho vontado de voar no pescoço.
Vivien
Adorei a sua atitude sensata.
Um grande beijinho!
eu preciso da interpretação de os sapos de manuel bandeira para quinta feira..
eu pago bem!
obrigada pela compreensão
beijocas
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