foto: Rogério Andreatta
este é Carlos Bracher, pintor mineiro de 66 anos. quem tirou esta foto foi o Rogério, dono de uns hectares do meu coração e que agora mora em Brasília. e esta foto está aqui porque ilustra bem algo que eu venho pensando há tempos, desde que li um texto na sala de espera do meu psiquiatra.
o Rogério estava andando por Brasília sábado à tarde, quando encontrou Bracher pintando uma tela, finalizando uma série que vai ser exposta a partir de 12 de setembro. Bracher pintava, assobiando. Rogério perguntou o que ele sentia. “alegria” foi a resposta.
quando ele me contou isso enquanto conversávamos pelo MSN, lembrei do que havia lido. não faço a menor idéia de quem escreveu, e isso não tem importância. na essência, era um textinho que apontava a estupidez de considerarmos lazer e prazer como sinônimos. estamos tão acostumados a distinguir trabalho e lazer, imaginando que a diversão começa quando o trabalho termina, que o prazer fica relegado aos espaços de lazer. isso acarreta dois equívocos: por um lado, a idéia idiota de que todo lazer é prazeroso; por outro, a idéia ainda mais estúpida de que não podemos nos divertir enquanto trabalhamos.
e então vejo alguém fazendo o que gosta e resumindo de forma perfeita o que deveria ser o eixo da vida de todo ser adulto: trabalhar é criar algo com alegria. a vida é dura, cheia de percalços e às vezes a gente precisa se agarrar no lençol para achar a maldita vontade de levantar. mas, se a gente tem uns talentos e uns gostos, se a gente tem objetivos e uma idéia de futuro, pode encontrar naquilo que cria uma fonte de prazer — sendo artista, pesquisador ou carimbador maluco.
o Rogério estava andando por Brasília sábado à tarde, quando encontrou Bracher pintando uma tela, finalizando uma série que vai ser exposta a partir de 12 de setembro. Bracher pintava, assobiando. Rogério perguntou o que ele sentia. “alegria” foi a resposta.
quando ele me contou isso enquanto conversávamos pelo MSN, lembrei do que havia lido. não faço a menor idéia de quem escreveu, e isso não tem importância. na essência, era um textinho que apontava a estupidez de considerarmos lazer e prazer como sinônimos. estamos tão acostumados a distinguir trabalho e lazer, imaginando que a diversão começa quando o trabalho termina, que o prazer fica relegado aos espaços de lazer. isso acarreta dois equívocos: por um lado, a idéia idiota de que todo lazer é prazeroso; por outro, a idéia ainda mais estúpida de que não podemos nos divertir enquanto trabalhamos.
e então vejo alguém fazendo o que gosta e resumindo de forma perfeita o que deveria ser o eixo da vida de todo ser adulto: trabalhar é criar algo com alegria. a vida é dura, cheia de percalços e às vezes a gente precisa se agarrar no lençol para achar a maldita vontade de levantar. mas, se a gente tem uns talentos e uns gostos, se a gente tem objetivos e uma idéia de futuro, pode encontrar naquilo que cria uma fonte de prazer — sendo artista, pesquisador ou carimbador maluco.
10 comentários:
Já joguei tudo pro alto mais de uma vez até encontrar um trabalho que me desse prazer. Se precisar, jogo de novo. Mesmo me divertindo no trabalho, de vez em quando haja lençol pra conseguir levantar. Aí me pergunto como é que sobrevive quem não gosta do que faz.
por outro lado, *lazer* quer dizer o que mesmo? Sinto falta, mas não lembro.
taí o motivo de eu não ter trabalhado fora. sempre fiz tudo com prazer, embora cansada e os outros não dessem valor ao que eu fazia. às vezes me agarrava aos lençóis, sim, por ter levantado muito cedo e ido dormir muito tarde, fazendo as minhas 'artes'. hoje colho o que plantei e me agarro aos lençóis só pra virar pro lado e dormir até a hora que eu quiser.
eita! chegou minha vez!
Gostei...
oh, que bom ler esse texto...
*
eu quero uma pra viver.
*
é isso ai!!!!!
vou deixar a academia e ser só soundcolocator hahahaha e vou tedizer q a culpa é tua!
Sim senhora!
Olha aí um dos motivos da nossa conversa outro dia lá na Fabico.
"e então vejo alguém fazendo o que gosta e resumindo de forma perfeita o que deveria ser o eixo da vida de todo ser adulto: trabalhar é criar algo com alegria"
Não quero me ver separando toda hora o meu prazer do meu trabalho. Não sei, na verdade, até que ponto isso é tão possível assim. Acho que o melhor é tentar equilibrar...
E adorei esse teu texto : )
Dá pra ver a alma lavada do cara na foto.
Nos tempos de faculdade havia um amigo q chegava lá em casa e dizia q eles se matavam estudando e eu só brincava de desenhar casinhas...
é quase isso, pinta...
abço
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