defina quase. para mim, é mais que um advérbio. quase é uma sensação. quase deu. quase foi. quase é aquilo que você engole em seco. o quase queima e arranha. o quase traz um sofrimento encabulado. o quase é uma frustração. você fez tudo, quis muito, empenhou-se. e ficou no quase. porque, entre o que você queria e o que você podia fazer, interpõem-se sempre outras vontades: o destino, o interesse de alguém, o que você não entende, o que não faz sentido.
é assim que você corre e o ônibus arranca quando você está quase chegando à parada. que seu objeto de desejo desvia o olhar quando você está quase se entregando. que você acorda quando seu sonho está quase lhe dizendo o que precisa dizer. e é assim que, depois de todo esforço consciente e coletivo, você quase consegue receber uma avaliação justa da Capes.
14 comentários:
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buenas, política não é feita de "quases". por mais que se faça, corra, arrume e acerte, o "quase" é uma decisão tomada em outro lugar, baseada em outros interesses.
o "quase", nesses casos, é um tratado antropológico.
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é um sofrimento encabulado mesmo
tenho passado por alguns "quase" quase passa numa seleção pro mestrado, quase consegue ser aluna especial, quase, quase, quase...
e quanto ao capes, aqui na escola, foi quase também...
mas no próximo triênio, quem sabe!
quase todas as áreas têm programas com 6 e 7, que recebem recursos adicionais. A exceção é Ciências Sociais Aplicadas. Claro, digo, quase.
tá ai concordo com a Urubua. Eu até comentei com a Raquel via msn sobre o caso da Ufrgs. Mas a gente sabe como as coisas (quase) funcionam nesse reino. Eu estou aliviada pq finally conseguimos subir no ranking. Ufa! Mas sei que a partir de agora será bem pior. bjo e não esquenta.
Não queria ser bruta, estúpida. Mas o quase é uma merda mesmo. Aqui tb ficamos no 6, quase 7. Só resta aguardar o final do próximo triênio. E trabalhar pra avançar e passar do quase. Bjus!!!
o quase é mesmo o que a Lu disse e quanto mais velhas, mais quases.
não foi por falta de esforço, disso eu tenho certeza. mas é preciso encarar os "quases" como um estímulo, um empurrão pra se chegar nos "finalmentes" e a gente chega lá... aaaah se chega! não te deixa abalar e continua fazendo este bom trabalho, pintinha! bjos
quase perdi este post! só não perdi a oportunidade de ficar calado. acertei. quase... até porque, qual é a diferença entre quase acertar e errar de looooonge?
beijo,
BLÉ, pra Capes... Depois o mundo é que leva a fama de injusto! Agora eles vão ver só...
Pinta, minha querida patife. Acho que a gente é sempre meio condescendente com a gente mesmo, quando o tema é o quase. Vou na mesma direção do comentário do Leonardo. Se uma avaliação com nota 6 é quase um 7, é, também, quase um 5.
Quando a bola bate na trave, todo mundo costuma dizer que ela quase entrou no gol. Na verdade, quando a bola bate na trave, ela quase saiu pra fora.
Infelizmente, o quase é quase nada.
Arnaldo, honey, não estou sendo condescendente. o programa que eu coordeno já foi avaliado com conceito 5 pela Capes, depois caiu para 4. atingimos agora patamares superiores ao que tínhamos quando éramos avaliados com a nota 5, mas a Capes manteve nossa nota 4. teremos que carregá-la pelos próximos três anos.
pela sua analogia, eu diria que a bola entrou e foi gol. mas o juiz decidiu que não.
de qualquer modo, como eu disse, é apenas uma sensação. a UFRGS tem regras mais rígidas que a própria Capes.
olha que surreal. já tentei comentar umas 5 ou 6 vezes. todas as vezes acontece alguma coisa. ou dá pau no navegador, ou no blogger, ou a internet cai, ou o troço não abre, ou ele não aceita minha senha. é um QUASE que comenta infinito.
eu, hein?
mas o comentário é: fica assim não. a frustração é uma merda que nos impede de enxergar outros caminhos. perder por um quase não chega nem a ser um perder. é que nem ganhar por um quase. a gente sabe que quases mudam muita coisa, mas bora esquecer e tocar em frente, que tá quase na hora da próxima avaliação. quando a gente vê, foi.
Então, minha querida, o juiz roubou. E o pior de tudo é que isso também faz parte do jogo. O negócio é continuar jogando e meter mais un dois ou tres gols no adversário!
Faço minhas as palavras da MC. Não se deixe abalar e continue fazendo o ótimo trabalho que vem fazendo. Vai ter retorno, pode deixar! A gente sabe que política é a pedra no sapato. Mas acho possível encarar o 4 quase 5 como estímulo (é a brincadeira do contente da maldita Polyanna).
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