a distância passa a ser um problema real quando tudo o que você quer é abraçar alguém e não apenas dizer do amor que sente, mas narrá-lo em silêncio. alguém que amo perdeu alguém que amava, e eu gostaria de tornar pó os 3 mil quilômetros que nos separam. não tenho lâmpada mágica nem direito a três pedidos. mas em minha teimosia fico esfregando o próprio coração e esperando um milagre.
a morte é sempre um não-lugar. mesmo quando aguardada e quando se está emocionalmente preparado, ela vem e corta a carne. faz sangrar, faz doer. exige um pouco de doçura, um pouco de paciência, um pouco de altivez. e ao mesmo tempo traz um tanto de raiva, um tanto de incompreensão. a morte nos confronta com o que temos de mais humano e mais frágil. não somos nada, não temos poder algum.
fico esperando que a linha do espaço se rompa e eu possa me pendurar nos ombros de quem sofre esta perda apenas para dizer do amor que sinto. um milagre, quando os nossos mundos do e-mail, do msn e do telefone simplesmente deixam de ser suficientes para tudo que se quer dizer em silêncio.
7 comentários:
Abre os braços e abraça. A distância é apenas geográfica.
Linda!
"Dizer em silêncio" seria ótimo!
Ouvir, melhor.
Mas, ainda assim, eu é que não abriria mão de ler um texto teu. Especialmente um como este, escrito com o coração.
Beijo
Passei o dia com um nó na garganta, hoje, sentindo exatamente o que tu falas aqui... Meu Deus, é exatamente assim...
Thelminha, às vezes imaginar não aplaca a vontade. confesso que dias assim me são particularmente confusos, mal consigo decidir o que realmente devo fazer.
Ana, deveria haver um pó mágico de pirlimpimpim que apagasse dor de quem vai embora cedo demais. vamos encomendar a uma bruxa?
Little, para ti é sempre com o coração. inegociável.
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nada é mais pessoal e solitário que a dor.
nenhuma é igual a outra e nem ninguém podem aplacar isso de forma mágica.
só quem a sente sabe onde está a chave pra sair dessa.
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MIMOSA
Fiquei sem palavras!
É muito íntimo, muito Eu, muito Tu, cada Um - Só.
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