11 abril 2007

furada



Woody Allen e Scarlett Johansson

o namoro com a Inglaterra não está fazendo bem a Woody Allen. depois do constrangedor “Match Point”, o diretor retorna com “Scoop – o grande furo”. na minha opinião, não vale o ingresso. se você é fã de Allen, pode voltar para casa encharcado de uma triste melancolia. se você é fã de Scarlett Johansson, pode passar o filme se perguntando: “quando ela vai chegar?”.

a escolha do elenco revela-se um erro. nenhum dos atores entra no tempo de Allen. Scarlett é excelente atriz, mas não parece ter timing para a comédia. o filme se pretende engraçado, mas não faz rir, a não ser em raros momentos – quando vemos uma rápida sombra daquele Woody Allen de tiradas inteligentes que cabem em qualquer lugar.

o roteiro é descuidado, os diálogos não têm qualquer requinte e os figurinos são de doer. Scarlett veste as roupas mais desastrosas do cinema. o figurinista consegue esconder sua sensualidade – na qual devemos acreditar apenas porque existe um background sobre a atriz, mas não pelo que nos mostra o personagem – e o diretor apaga sua vitalidade.

o enredo é um fiasco. não convence nem como historinha policial, nem como comédia romântica. nem vamos discutir os modos de investigação jornalística (?) dos quais a protagonista lança mão sem qualquer pudor em busca de seu furo. se ao menos estes modos rendessem bons momentos, estariam justificados pelo próprio roteiro. o fato é que você sabe exatamente o que vai acontecer o tempo todo.

esta previsibilidade de uma história linear, sem a sagacidade e a ironia que marcaram a obra de Allen até a metade dos anos 90, faz com a gente saia do cinema com aquela sensação incômoda de ver um grande diretor afundar-se, filme após filme, em um ciclo que não parece ter fim. o Woody Allen de “Zelig”, “Rosa Púrpura do Cairo”, “Um Misterioso Assassinato em Manhattan” e “A Era do Rádio”, apenas para citar alguns de seus grandes filmes, pega um atalho não se sabe para onde a partir do bobinho “Igual a tudo na vida”. este “Scoop” é, para dizer o mínimo, constrangedor. ou uma furada.

15 comentários:

Simone - Pique-Pega disse...

Hummm , eu gostei tanto de "MAtch Point"

Anônimo disse...

Neném, não quer se decepcionar? Então faça como eu! Vá para o I-Max mais próximo (no Brasil tem I-Max, né?!?) e assista a saga sanguínea do 300... e se já tiver assistido, espere pelo SpiderMan 3 em maio! hahaha

Reserve os Wood Allen da vida para os DVDs de domingo à noite, no conforto do seu sofá macio.

Beijo,

Anônimo disse...

*saga sanguinolenta :)

Carmencita disse...

Que feio! Ficar falando mal em público do trabalho dos outros...

A propósito, quem levou você para assistir a essa obra?

Um grande beijinho!

Anônimo disse...

Pois é... eu vi o trailer e brochei. mas pensei "ah, o trailer é q deve ser ruim". Só que pelos comentários que ouvi e pelo q vc escreveu, o filme é q é uma cacaca mesmo.

Mas de Match Point eu gostei.

Anônimo disse...

eu achei Igual a Tudo na Vida um belo filme. Aliás, eu tinha uma resistência quanto aos filmes do Woody Allen até ver esse. Será que não é coisa de fã que pretende sempre rever aqueles filmes que encantaram no primeiro contato?

Marcia disse...

Simone, eu reconheço que mesmo os filmes que menos gosto de Woody Allen ainda estão acima da média do que vemos por aí. e muita gente gostou de Match Point. eu não gostei, não. mas eu sou muito exigente com ele. :P

Little Lion, 300 está na listinha. :)

Carmencita, minha opinião, da qual toooooodos podem discordar, não faz diferença alguma na conta de Woody Allen, cujo trabalho está sujeito à crítica de qualquer pé-de-chinelo como eu.

e que feio! ficar bisbilhotando a vida dos outros!

Ederson, trailers são um capítulo à parte. geralmente são péssimos. isso quando não contam o filme.

Luis Felipe, ele errou ali na escolha do elenco. botar a Ricci com aquele frangote sem expressão esculhambou o filme. mais uma vez, o par de Woody Allen não tinha o timing dele. minha opinião, é claro.

Carlos Eduardo Carrion disse...

Marcinha querida do meu coração! Vi e gostei. As vezes gosto de ser bem idiotinha (pior é quando eu não quero ser e acabo sendo), e poder ver um filme só com dois neurônios. Até uma produção classe B se torna interessante.
Por não ter pensado no que falastes, achei interessante o filme, e passei duas boas horas.
As vezes uns hare krishna facilitam. Mas só as vezes.

Maroto disse...

Woody - mais um que não se tocou quando chegou a hora de se aposentar e, além de ficar dando vexame, desperdiça o tempo e a paciência dos outros.
Tomara que quando for a minha vez eu me toque e vista as pantufas

Carmencita disse...

"ficar bisbilhotando"

Então tá bom! Tchau!

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Márcia,

O meu problema é que sou fã do Woody Allen e sou fã da Scarlett Johansson também. Aí não tem jeito. Vou ter que assistir o filme.

Sobre o Woody Allen, às vezes fico achando que ele perdeu a mão. Mas por outro lado, fico achando que é difícil ser genial o tempo todo. O problema é que, se o cara não é genial sempre, então não é gênio. Os que mais me seduzem são os filmes dele dos anos 70 e 80. Gosto muito de Annie Hall, Zelig, Hannah e suas irmãs e Crimes e pecados. Mas meu preferido mesmo, de longe, é Manhattan, principalmente por causa da trilha sonora. Acho que a partir dos anos 90 ele caiu pra um outro padrão, embora eu goste muito de Poderosa Afrodite. Mas mesmo assim, como você respondeu pra Simone, são filmes acima da média.

Sobre a Scarlett Johansson, gostei dela desde a primeira vez que a vi, no chatinho O encantador de cavalos. Mesmo sendo criança, ela já tinha aquele olhar enigmático. Além do mais, ela é uma delícia. Mas é justamente aquele olhar de mulher inteligente que me encanta. E eu não resisto a uma mulher inteligente. É claro que eu gosto de bundas, peitos e bocas carnudas, mas quando me perguntam qual é a parte do corpo da mulher que eu mais admiro, eu não penso duas vezes. É o cérebro!

Gostei dela nos filmes Moça com brinco de pérolas e Uma canção de amor para Bobby Long. E gostei muito de um filme que quase ninguém gostou, que foi Encontros e desencontros. Enfim, já estava com vontade de ver este filme. Agora, você me atiçou mais, sua patife!

Marcia disse...

Carrion, eu quero mais é que vc vá ao cinema e goste, ora. eu é que sou muito chata com o Woody Allen. espero sempre demais.

Urubuzinha, que pantufas, baby? de qual life? :P

Carmencita, minha rainha temperamental...

Arnaldo, "Poderosa afrodite" é muito bom, hahahaha... adorei "Encontros e desencontros" (por Scarlett, pela trilha, pela história). mas o melhor filme de Scarlett Johansson que eu vi é "Moça com brinco de pérola", em que está tudo no olhar, no jeito breve de respirar, pronto a explodir. bem, talvez isso seja suspeito, porque continuo achando que este é um dos melhores filmes que vi nos últimos anos, se não for o melhor. :)

Lu disse...

Não gosto dos filmes dele... nem de graça eu vejo, só se for pra dormir (gosto de dormir coma tv ligada).

Chawca disse...

Match Point eu gostei, mas não sou muito fã do estilo Woddy de ser..

Telejornalismo Fabico disse...

*



um cara que tira o que a scarlett tem de melhor merece a forca.
sem explicação.

tá na hora do wood parar de ser fresco e voltar pra nova york, cidade que é grande inspiração e fonte de belíssimas piadas.

e podia botar a scarlett e a diane keaton juntas.
isso sim ia ser legal.




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