compós

relatar o clima da Compós deste ano em poucas linhas é difícil, pois foi um encontro excelente em todos os níveis. os professores e alunos da Universidade Tuiuti do Paraná foram extremamente gentis e eficientes. a Denize Araújo, coordenadora do programa de pós-graduação da UTP, está de parabéns por coordenar uma equipe tão bem entrosada. entre os professores, destaco Cláudia Quadros e Álvaro Larangeira, que estavam no GT de Jornalismo e foram de uma cortesia incrível.

a festa da sexta-feira foi um caso à parte. a DJ era pesquisadora da própria UTP, Adriana Amaral, a famosa Lady A. ela criou um blog colaborativo em que fomos selecionando as músicas da festa, e isso foi super divertido. não é todo dia que temos uma discotecagem feita por uma doutora da área, muito menos com músicas que ajudamos a escolher (isto daria uma bela pesquisa sobre cultura, espírito colaborativo e os usos do Youtube, piu piu). a festa no Jokers, um bar charmoso no centro histórico de Curitiba, bombou. a madrugada foi curta para tanta energia.

o trabalho no GT de Jornalismo foi excelente. o grupo foi extremamente interessado no debate. não houve autor que não tenha saído de lá com novas questões, com mais bibliografia, com novos cruzamentos possíveis para suas pesquisas. Alfredo Vizeu (UFPE) e Luciana Mielniczuk (UFSM) coordenaram o grupo com tranqüilidade e deram o tom da seriedade dos debates. Alfredo, que faz 50 anos nesta segunda-feira, ganhou presente e um cartão sacana assinado por todos. vai ficar para a história.

foi interessante contar, na platéia, com nomes históricos do GT que neste ano não apresentavam trabalhos mas que estavam lá para qualificar o debate, como Christa Berger, Ronaldo Henn e Luiz Martins da Silva. também foi muito legal ver o GT de Jornalismo agregando novos assistentes, como um grupo da UFRGS, entre os quais destaco o professor Flávio Porcello e os alunos da pós-graduação James Görgen, Reges Schwaab, Everton Cardoso e Laura Storch.

Fernando Resende, dono do meu coração teórico, apresentou um trabalho interessantíssimo sobre velamento e diferenças no discurso jornalístico. embora Fernando trabalhe com narrativas e eu trabalhe com análise do discurso, é sempre impressionante ver como convergimos nas dúvidas e no horizonte de pesquisa. Sylvia Moretzsohn trouxe um artigo instigante em que discute um conceito de Lukács, suspensão da cotidianidade, aplicado ao jornalismo. também José Afonso da Silva Júnior, que vem pesquisando as agências de notícias com consistência, trouxe um trabalho muito produtivo.

entre os novos autores que foram agregados ao GT este ano, destaco Letícia Matheus, que entrou com um trabalho e deve ter saído com outro, no que eu chamo de “a melhor das impertinências”: aquela em que você coloca algumas caraminholas em uma mente inteligente, e a mente inteligente, em vez de rejeitá-las, absorve tudo que pode para avançar em sua trajetória. Letícia está pesquisando a temporalidade no jornalismo, e se soltar suas amarras terá um belíssimo trabalho no final do doutorado.

todos os textos geraram debates acalorados. fiquei feliz de conhecer pessoas como Heitor Costa Lima da Rocha e Márcio de Souza Castilho, bem como de ver a mestranda da UFRGS Cristiane Lindemann apresentando tão bem seu primeiro trabalho em um grande congresso.

a noite de Curitiba foi muito bem aproveitada. vi o Grêmio perder para o Boca Juniors em um bar, bebendo saquê e dando risada com grandes amigos. fiz fofoca, ouvi declarações inusitadas e planejei pesquisas e viagens para as próximas três vidas. tudo assim, pintinhando, que afinal a vida não se faz apenas de artigos, debates e conceitos.