06 janeiro 2008

tempo

a linguagem é a arte de significar. é assim que uma imagem viaja quilômetros absurdos para tatuar-se gentilmente no corpo e na alma. e doa-se sem medo, uma, duas, três vezes. é assim que a noite estrelada de Van Gogh, pincelada em paixão e fúria, deixa um rastro de luas vividas e enche o ar de memória e de sede.

entre as cores, as fomes e os inumeráveis presentes a viver, o tempo que passou só parece ter aprimorado o que continua lá, pulsante e indomável. um pouco difícil de representar por palavras, em sua raiz primitiva, arquetípica, complementar.

o tempo nos faz mais entregues. menos nomeados, mais fluidos. menos encaixados, mais verdadeiros. e o que se encontra, nestas linguagens que vão e vêm, é aquilo que de melhor se contém.

2 comentários:

Maroto disse...

o tempo também nos faz mais velhos, mais doloridos, mais próximos da morte. Azedei.

Marcia disse...

MAROTA,
tá com dor nas costas? te pago um shiatsu. :)