13 fevereiro 2011

idiossincrasias

adoro memes e estava com saudade deles. repercutindo um que li no Christofoletti e na Adriana, fico pensando nas minhas idiossincrasias. 

quanto mais velho, mais maniático. sim, é verdade. sou do tipo que precisa levar um copinho de água bem gelada para o quarto. raramente bebo, mas ele precisa estar lá. e também preciso beber uma água megagelada ao acordar.

tenho sempre uma garrafinha "só minha" na geladeira. ela sobe e desce do freezer, porque água boa, pra mim, é congelando. no verão e no inverno. e tomar direto da garrafinha, ah, isso não tem preço.

não é que eu odeie acordar cedo (sim, eu odeio). a verdade é que simplesmente não funciono. meu martírio é ter que dar aula de manhã. os primeiros trinta minutos de aula são disléxicos. também não consigo comer na primeira hora, então levo para a aula um café e umas bolachinhas. é uma lindeza, a professora dizendo incoerências e espalhando farelinhos. mas é a vida, queridos. 

minha rotina ideal seria acordar às dez horas e só sair de casa à uma da tarde. como a vida seria bela. podem me pedir qualquer coisa à tarde, sou uma lady. mas de manhã, por favor, preservem seus dentes. gosto de ficar quietinha, é pedir muito?

dormir é maravilhoso. quanto mais frio, melhor. o split salvou minha vida. é silencioso e me permite puxar aquele cobertorzinho fofo. sonho quase todos as noites, e meus sonhos são incrivelmente luminosos. coisas que brilham, piscam e se mexem. pessoas que entram e saem, dizem insanidades e se apresentam com nomes esquisitos. muitos de vocês estão nos meus sonhos, mas esqueçam: não vou contar.

faz tempo que parei de ler jornais impressos de manhã. era um hábito, mas deixou de ser. quando abro o computador, vou direto nos emails, depois no twitter e no facebook, e só depois em alguns portais de informação. adoro fotografia e, por isso, estou sempre abrindo fotos dos amigos no facebook e no flickr. os olhares dos outros sobre o mundo me interessam, provavelmente mais do que qualquer coisa.

detesto multidões, então não vou a shows. detesto gente mal educada, então praticamente deixei de ir ao cinema. não suporto esta mania que as pessoas têm de comer e falar durante o filme. me sinto velha ao dizer isso, mas não quero ser dispersada da história pelo cheiro de pipoca e baconzitos. 

troco qualquer bar por uma galinhagem em casa, com poucas pessoas. cozinho para os meus amigos, mas não faço doces. gosto de fazer risotos e massas. sou carnívora, mas me esforço na vibe vegetariana quando um amigo não come carne. coleciono receitas, vejo programas sobre culinária e compro livros. comer é bom.

abomino os dogmáticos e os intolerantes. tenho especial aversão aos homofóbicos. se em pleno século 21 alguém ainda não entendeu o que é prazer e o que é escolha, problema seu. não discuto com pessoas burras. eu deixo de falar com elas, e pronto.

não gosto de falar ao telefone. adoro dirigir. pegar a estrada, para qualquer lugar. prefiro a serra ao mar. as montanhas, com seus verdes e suas nuvens. mas dormir ouvindo o mar é inigualável. seria possível dormir no mar e acordar na montanha? tenho especial apreço pela paisagem do pampa. a planície aberta, o horizonte largo. e, apesar de tudo isso, sou totalmente urbana. gosto da cidade e da solidão que ela permite. 

sou infeliz quando não consigo ler coisas não acadêmicas. quero os bons policiais, os contos de mistério, as narrativas curtas e eletrizantes. e uma mania desde a infância: leio sempre dois livros ao mesmo tempo. sou fascinada pelas histórias reais de psicopatas, pelos casos da neurociência e por mitologia. 

fiz um curso de tarô e continuo lendo sobre isso. e sobre astrologia. sei que não é científico, mas who cares? desconfio muito das pessoas monotemáticas. desconfio dos sérios e dos empedernidos, na verdade não passam de moralistas. não tenho paciência com os moralistas. 


gosto de comprar presentes para os outros. mas nunca compro nada que eu não quisesse ter. e frequentemente fico com o presente, porque gostei tanto, e tenho que comprar outro.

adoro as madrugadas. olhar fotos antigas e conversar. tenho imenso prazer em ficar na minha sacada, falando sobre qualquer coisa com alguém inteligente ou apenas vendo as estrelas. no final das contas, acho que minha maior idiossincrasia é selecionar a dedo com quem passo meu tempo livre.  


 

9 comentários:

Rogério Christofoletti disse...

De repente, você pareceu tão calminha e metódica... hehehehehe... bj

Anônimo disse...

tb paro de falar com pessoas burras rs
Adri

Dalys disse...

me parece ESTUPENDO. te he dicho que me encantas????

Val disse...

me identifiquei horrores. desde querer começar o dia à uma da tarde até o pampa, a astrologia e as madrugadas. bom sinal (pelo menos de que não devo ser tão louca) :)

Adriana disse...

Marcia como sempre adoro ler seus posts...em muitas coisa me identifico contigo....sou dona de cas mas detesto pessoas burras que quando saem so sabem falar dos filhos, da casa, do eletrodomestico novo....ironias da vida. Um beijinho carregado de energias positivas do outro lado gelado do oceano

Rosamaria disse...

pinta, parece até que foi a minha filha quem escreveu. incrível! vou dizer pra ela ler.
bjim

Cláudia disse...

Diminuir as expectativas sobre os outros, acostumar-se com outros modos de ser, lidar com a finitude nossa também. Se a gente não aprende com isso a não levar a vida tão a sério, nada será capaz de nos ensinar. bj grande.

Ederson disse...

Parágrafo oitavo é o melhor. Também (quase) deixei de ir a shows, e a cinema vou somente quando muito requerido (até no Guion e na CCMQ agora as pessoas levam coisas de comer).

júlia disse...

micro filmes passando em frente aos meus olhos.