19 dezembro 2007

parente ou serpente

fiz um post, no dia 12, sobre a árvore de Natal que a RBS e a Prefeitura de Porto Alegre levantaram na Usina do Gasômetro. estava horrorizada com o fato de que a TAM era patrocinadora do “monumento”. algo muito errado estava expresso ali, mas evidentemente havia uma explicação.

e então a explicação chegou. Cláudia Cardoso, do blog Dialógico, me mandou este texto do jornalista Daniel Cassol, cuja leitura recomendo. como nos mostra Cassol, o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Pedro Parente, é também membro do Conselho de Administração da TAM.

é inadmissível que um grupo de comunicação que faz jornalismo se construa sobre este tipo de promiscuidade. é evidente que não se pode confiar em nenhuma informação, vinda do grupo RBS, sobre a crise da aviação, os problemas de segurança em aviões da própria TAM e muito menos no que os veículos deste grupo dizem sobre as empresas “concorrentes” como Gol e Varig, por exemplo.

a árvore de Natal, aqui, não é uma questão menor. ela é a parte visível de um profundo jogo de interesses políticos e econômicos que não se pode admitir no campo do jornalismo. e isso não é purismo. isto é apenas direito à informação. a árvore de Natal, usando um clichê, é a ponta de um iceberg.

como escrevi no update do post do dia 12, no meu tempo isso tudo tinha nome. e era um nome feio.

8 comentários:

Elis Martini disse...

bah, e além de tudo isso, êta arvorezinha feia, hein? vou te contar...

Maroto disse...

no jornalismo como em muitas outras áreas da vida, encontro casos demais em que caberia esse nome feio e parece que que ninguém mais liga. É a naturalização da picaretologia.

Telejornalismo Fabico disse...

*




o erro de fundo é insistirmos em classifiar zero hora como jornalismo.
é óbvio que estou exagerando aqui, mas os limites entre marketing e informação estão tão maculados no grupo rbs que tudo é possível.
inclusive jogadas como essa.


viu a capa de ontem?
reprisaram o lance da tam e colocaram o nome das três centenas de mortos no trâsito este ano. apenas isso.
uau, me arripei quando vi.
quanto mais podem ser ruins e cair?




*

Graziana Fraga dos Santos disse...

puxa, isso é demais!
e não param de divulgar a tal árvore, seja no impresso, na internet ou na TV!

e na tv uma colega minha da UNISC, que vc conehceu, está falando ao vivo quase todo santo dia da tal árvore, tu vê...

Carlos Eduardo Carrion disse...

É, a partir do momento que as empresas decidiram que a tarefa dos jornalistas não era mais a investigação, a pesquisa, e sim dar notícias pausterizadas e fazer o jornal vender, que estas coisas ESCANCARADAMENTE passaram a acontecer.
Mas se é assim, assim é, e se quisermos mudar isto terá de ser a partir deste modelo, e não de um idealizado.
Os interesses econômicos e políticos existem e continuarão a existir. A questão passará a ser como se conquista um espaço a partir desta realidade.

Anônimo disse...

Marcia, não sei o que é pior: tamanha falcatrua - que desconhecia - ou a capa do dia 15 - em que dois pobres esmolavam entre carros e a manchete 'Intimidação na Esquina'. Indignado, escrevi o texto 'Infâmia'. Em defesa da matéria justificaram a integridade da autora. Como dizia minha vó: se a cabeça é doente o corpo padece. Abração.

Anônimo disse...

Agora quero ver você continuar a falar mal da RBS, com a capa da ZH de 23/12/2007.

Um grande beijinho!

Anônimo disse...

Carmencita, a melhor qualidade do jornalismo é a verdade, contra ou a favor. No meu caso, fui crítico em relação à capa do dia 15/12, mas dediquei longo post à deste domingo, 23/12, com foto do Gabriel Pillar, lembrado como exemplo de vida breve perdida em acidente de trânsito. A Márcia certamente pensa assim. Abração.