fiz um post, no dia 12, sobre a árvore de Natal que a RBS e a Prefeitura de Porto Alegre levantaram na Usina do Gasômetro. estava horrorizada com o fato de que a TAM era patrocinadora do “monumento”. algo muito errado estava expresso ali, mas evidentemente havia uma explicação.
e então a explicação chegou. Cláudia Cardoso, do blog Dialógico, me mandou este texto do jornalista Daniel Cassol, cuja leitura recomendo. como nos mostra Cassol, o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Pedro Parente, é também membro do Conselho de Administração da TAM.
é inadmissível que um grupo de comunicação que faz jornalismo se construa sobre este tipo de promiscuidade. é evidente que não se pode confiar em nenhuma informação, vinda do grupo RBS, sobre a crise da aviação, os problemas de segurança em aviões da própria TAM e muito menos no que os veículos deste grupo dizem sobre as empresas “concorrentes” como Gol e Varig, por exemplo.
a árvore de Natal, aqui, não é uma questão menor. ela é a parte visível de um profundo jogo de interesses políticos e econômicos que não se pode admitir no campo do jornalismo. e isso não é purismo. isto é apenas direito à informação. a árvore de Natal, usando um clichê, é a ponta de um iceberg.
como escrevi no update do post do dia 12, no meu tempo isso tudo tinha nome. e era um nome feio.
8 comentários:
bah, e além de tudo isso, êta arvorezinha feia, hein? vou te contar...
no jornalismo como em muitas outras áreas da vida, encontro casos demais em que caberia esse nome feio e parece que que ninguém mais liga. É a naturalização da picaretologia.
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o erro de fundo é insistirmos em classifiar zero hora como jornalismo.
é óbvio que estou exagerando aqui, mas os limites entre marketing e informação estão tão maculados no grupo rbs que tudo é possível.
inclusive jogadas como essa.
viu a capa de ontem?
reprisaram o lance da tam e colocaram o nome das três centenas de mortos no trâsito este ano. apenas isso.
uau, me arripei quando vi.
quanto mais podem ser ruins e cair?
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puxa, isso é demais!
e não param de divulgar a tal árvore, seja no impresso, na internet ou na TV!
e na tv uma colega minha da UNISC, que vc conehceu, está falando ao vivo quase todo santo dia da tal árvore, tu vê...
É, a partir do momento que as empresas decidiram que a tarefa dos jornalistas não era mais a investigação, a pesquisa, e sim dar notícias pausterizadas e fazer o jornal vender, que estas coisas ESCANCARADAMENTE passaram a acontecer.
Mas se é assim, assim é, e se quisermos mudar isto terá de ser a partir deste modelo, e não de um idealizado.
Os interesses econômicos e políticos existem e continuarão a existir. A questão passará a ser como se conquista um espaço a partir desta realidade.
Marcia, não sei o que é pior: tamanha falcatrua - que desconhecia - ou a capa do dia 15 - em que dois pobres esmolavam entre carros e a manchete 'Intimidação na Esquina'. Indignado, escrevi o texto 'Infâmia'. Em defesa da matéria justificaram a integridade da autora. Como dizia minha vó: se a cabeça é doente o corpo padece. Abração.
Agora quero ver você continuar a falar mal da RBS, com a capa da ZH de 23/12/2007.
Um grande beijinho!
Carmencita, a melhor qualidade do jornalismo é a verdade, contra ou a favor. No meu caso, fui crítico em relação à capa do dia 15/12, mas dediquei longo post à deste domingo, 23/12, com foto do Gabriel Pillar, lembrado como exemplo de vida breve perdida em acidente de trânsito. A Márcia certamente pensa assim. Abração.
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